quinta-feira, 27 de março de 2014

Honrar os pais é Honrar a Deus!



A grande e honrosa tarefa que Deus reservou para os pais é a de gerar e educar os seus filhos. Os pais são cooperadores de Deus na maior de todas as missões, gerar os filhos de Deus, à sua imagem e semelhança. Nada pode se igualar à sublimidade desta obra. Se é importante e digno produzir os bens que utilizamos: casas, roupas, móveis, alimentos, etc, quanto mais digno e nobre é dar a vida a novos seres humanos? Uma só vida humana vale mais do que todo o universo material, pois nada disso tem uma alma imortal, imagem e semelhança do próprio Deus.


O Catecismo da Igreja nos ensina que “a paternidade divina é a fonte da paternidade humana”(§ 2214), e que aí está o “fundamento da honra devida aos pais”. Os filhos devem aos pais o “dom da vida”.
Por ser muito grande a missão dos pais, Deus lhes cobre de glória, e obriga os filhos a honrá-los. É impressionante notar como Deus exalta a figura dos pais, em face da sua missão importantíssima de gerar e educar os filhos.
O destaque aos pais começa pelo fato de um dos Mandamentos, o quarto, ser dedicado a eles: “Honrar pai e mãe”. São Paulo nota que “este é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa: Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra” (Dt 5,16; Ex 20,12; Ef 6,2).
Honrar quer dizer encher de honra; reconhecer a sua dignidade.
Todo o capítulo 3 do Livro do Eclesiástico mostra a importância dos pais na vida dos filhos, a importância da autoridade que Deus lhes confiou e a necessidade dos filhos lhes obedecerem.
“Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui-os de tal modo que sejais salvos” (Eclo 3,2).
O filho que desprezar esses conselhos corre o risco de se perder nos caminhos perigosos da vida. Muitos jovens se tornaram escravos dos vícios, da droga, do crime, da prostituição, e de tantos outros males, porque não ouviram os conselhos do seu pai. Outros se perderam porque os seus pais não lhes deram esses conselhos.
A autoridade dos pais vem de Deus; essa autoridade não é usurpada, nem falsa, é autêntica. Jesus disse a Pilatos que “toda autoridade vem de Deus” (Jo 19,11).
“Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração” (v. 5 e 6).
Quem de nós não deseja encontrar alegria em seus filhos?
Quem não deseja ser atendido por Deus em sua oração ?
Pois bem, essas são promessas que Deus faz aos filhos que honrarem os seus pais.
“Quem honra seu pai gozará de vida longa… (v.7).
Esta “vida longa”, que para os judeus era sinal da bênção, significa uma vida abençoada por Deus. “Honra teu pai por teus atos, tuas palavras, tua paciência a fim de que ele te dê a sua bênção… afim de que ele te dê a sua bênção e que esta permaneça em ti até o teu último dia ” (V. 9 e10).
Diz ainda o Eclesiástico que:
“A bênção do pai fortalece a casa de seus filhos, a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces” (v.11).
Quantos filhos ofendem os seus pais por palavras: ofensas, zombarias, palavrões!…
A bênção dos pais para os filhos não é mera formalidade social ou tradicional; mas é bênção do próprio Deus para os filhos “através” dos pais.
Urge portanto resgatar este santo costume:
“A bênção pai!” “Deus te abençoe meu filho!”
Tenho uma grande alegria ao ver os meus cinco filhos me pedirem essa bênção, beijando minha mão e meu rosto. É com toda a força da minha alma que os abençoo; e sei que a bênção de Deus vai com eles. Diz ainda o Eclesiástico:
“Meu filho, ajuda a velhice do teu pai, não o desgoste durante a vida” (v. 14).
O cuidado com os pais deve ser esmerado, sobretudo na velhice. Sabemos que é incômodo cuidar dos velhos, doentes, às vezes ranzinzas. Mas é nesta hora, sobretudo, que se prova o amor dos filhos por eles.
“Se seu espírito desfalecer sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com o teu pai não será esquecida” (v. 15).
Eis uma realidade: os pais também têm defeitos. Mas Deus quer recompensar ricamente o filho que, com paciência, suporta esses defeitos e, assim mesmo, honra os pais. Se esses são difíceis, intolerantes, cheios de manias, maior será o mérito do filho diante de Deus, por ter honrado um pai ou uma mãe tão difícil. Deus sabe que há pais terríveis: alguns bêbados, outros drogados, criminosos, adúlteros, etc… mas, é por isso mesmo que ele oferece aos filhos três belas recompensas (cf. Eclo 3, 16) para aqueles que, na caridade e na paciência, por amor a Deus, os suportarem, mesmo com os seus defeitos.
Tenho trabalhado com jovens; e sei que muitos sofrem por causa dos problemas dos pais. No entanto, por amor a Deus, na força do Espírito Santo, tenho visto muitos jovens superarem os ressentimentos causados pelos pais; muitos até têm contribuído decididamente para a conversão dos pais e a mudança de suas vidas.
Quanto mais difícil for para você, jovem, amar e honrar o seu pai, por causa dos seus defeitos, tanto mais terá méritos diante de Deus e tanto mais será recompensado e abençoado.
Se o teu pai não lhe der amor “vingue-se” dele, amando-o; fazendo por ele o que talvez os teus avós não puderam fazer por ele. A “vingança do cristão é o perdão”.
“Meu filho, guarda os preceitos de teu pai… Quando caminhares, te guiarão; quando descansares, te falarão” (Pr 6,20-22).
“Um filho sábio escuta a disciplina do pai, e o zombador não escuta a reprimenda” (Pr 13,1).
Quero terminar deixando aqui uma pergunta para os filhos: Na sua casa, você é um problema a mais para o seu pai, ou você é solução para os seus problemas? Você reza por ele? Você o perdoa? Você sabia que muitas vezes o pai chora por causa do filho silêncio do seu quarto!?…
Prof. Felipe Aquino
cleofas.com.br

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Filhos em férias escolares. O que fazer?

Imagem de Destaque
As férias escolares chegaram e as dúvidas de muitos pais também. Sabemos que muitos procuram programar-se para um tempo de descanso junto dos filhos, mas isto nem sempre é possível. Muitos pais preocupam-se com aquelas “férias ideais” vividas em um hotel, na praia, em passeios grandiosos, colônias, acampamentos, todas boas opções caso sejam possíveis, mas não necessariamente as que mais agradam ou fazem a diferença na vida de uma criança ou adolescente.

Em tempos de tecnologia e diversões para todos os tipos e bolsos, o que muitos pais podem estar pensando é: “o que fazer nas férias”? Mais importante que o valor financeiro gasto nas férias, é aquilo que podemos oferecer afetivamente aos nossos filhos. As experiências afetivas geram memórias positivas e uma experiência de felicidade, sentimento de amor e satisfação bastante significativa na formação de uma pessoa. Toda atividade que proporcione relaxamento e bem-estar é muito importante, bem como aquelas que exploram a criatividade e o lúdico (o brincar) da criança, e levá-la também aos movimentos físicos.

Não se preocupe em elaborar “super-roteiros” de férias. Tudo aquilo que possam fazer juntos dentro da rotina, mesmo que os pais estejamtrabalhando, será importante. Acredito que a organização prévia seja primordial para que não se tenha a sensação de não ter feito nada e as férias terem acabado. Quando programamos as férias, os filhos certamente notarão a preocupação em valorizar este período, seja uma hora ou uma tarde inteira.

Eles saberão que haverá um tempo para eles, que haverá aquele cinema com pipoca, o passeio de bicicleta, estar junto contando histórias, vendo um filme ou um desenho animado, fazendo atividades manuais como a pintura, preparando o jantar juntos - envolvendo seus filhos no preparo dos alimentos, desenvolvendo neles o gosto por preparar o alimento e alimentar-se. 

Caso seu filho tenha levado tarefa para as férias ou mesmo ficado de recuperação, ou necessite de reforço escolar, planeje para que as atividades não sejam acumuladas todas num período, ou mesmo para a última semana. Uma dica importante é que na última semana de férias já possam retomar o ritmo de acordar e dormir, bem como os hábitos alimentares que, preferencialmente, não devem ser esquecidos totalmente.

Claro que férias são férias, e você pode proporcionar aos seus filhos aquele bolo de chocolate ou aquele super lanche que eles tanto gostam, mas nunca deixando totalmente a rotina de lado, pois recuperá-la dará muito mais trabalho. Tenha cuidado para que as férias não estejam delegadas ao cuidado da TV, dos games e da internet, apenas.

Relacionamento se faz diariamente, numa construção que demanda tempo, dedicação e não apenas a presença ou o presente. Soma-se nesta conta a qualidade na convivência: fazer bem, estar de fato “com e para” o filho. Para ter tempo, planeje: achamos tempo para tanta coisa nesta vida e quando se fala em estar com a família, tudo parece mais complicado. E é mesmo, pois relações afetivas implicam em responsabilidade em lidar com assuntos nem sempre tão agradáveis.

Aproveite as férias de forma saudável e afetuosa com seus filhos! Mais do que o conforto material, estas lembranças de convivência familiar são extremamente importantes no desenvolvimento humano e, certamente, serão guardadas por toda a vida!

Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com

domingo, 22 de janeiro de 2012

O amor tem seu tempo

 

A urgência dos nossos dias nos faz pensar exatamente na urgência do amor. Quando o sentimento se faz presente entre duas pessoas é muito comum a necessidade imediata de dizer: “Eu te amo”.  Algumas pessoas dizem: “Que loucura! Isso não é amor”; outras afirmam: “Pra que esperar, eu amo e digo!”.

Avaliar nossos sentimentos e todas as implicações que ele envolve também nos faz pensar que os caminhos para o amor nunca são ou estão prontos, mas certamente, passam por nossa maturidade.

A maturidade biológica nem sempre está relacionada à maturidade psicológica. As expectativas dos pais nem sempre serão concretizadas nos desejos dos filhos. Da mesma forma, o que foi vivido no passado nem sempre será válido para as experiências atuais.

Os gregos diziam que amor é “uma questão de despertar para a vida” e, com isso, nem todos despertam ao mesmo tempo, nem esperam as mesmas coisas ou se satisfazem com as mesmas coisas.

Quando se acelera o processo do amor, muitas vezes, se “mata” esse sentimento. É por isso que as pessoas não podem se casar porque os pais delas se admiram, porque as famílias se dão bem ou porque o (a) namorado (a) tem ou não tem um status, ou um tipo de estudo.

Amor requer tempo, conhecimento, – reconhecimento do que gosto ou não –, das minhas limitações e da limitação do outro.
Amor é como uma construção: escolhe-se o terreno, as fundações e a base para que a obra seja realizada, os tijolos vão sendo colocados um a um, até que a casa seja coberta e todo o acabamento interior seja feito. Depois virão os jardins, os detalhes, os cuidados.

E é por isso que o amor não pode ser urgente: uma casa feita às pressas, com material de qualidade inferior, tende a cair antes do tempo. Imaginem se os tijolos desta casa, que é o amor,  forem assentados com areia e água?

Sonhos são muito bonitos nas novelas, mas, na vida real, os caminhos não são prontos. Os caminhos de um casal se fazem pela descoberta das alegrias e das tristezas que os dois podem viver. Estes se fazem ainda pela capacidade de reconhecer no outro aquele que me faz feliz, mas não apenas a única pessoa do mundo que me faz feliz, mas que me completa em parte da vida, que é muito mais do que apenas uma pessoa ou um único motivo.

“Quem quer o amor precisa dar tudo o que tem para possuí-lo (Mt 13,44)” e é por isso que o amor exige dedicação e decisão.

Se você ainda não está pronto para isso, pense se não é tempo de se autoconhecer para conviver com o amor, mas também não espere que esteja 100% pronto para vivê-lo, pois a perfeição não existe, ainda mais quando falamos de seres humanos.

E lembre-se: para tudo existe um tempo: amor, afetividade, sexualidade, cada um deve e precisa acordar em seu tempo, até mesmo para que as experiências fora do tempo e erradas não se tornem marcas negativas no futuro.

Fonte: Canção Nova